Participaram
nesta visita de estudo as turmas do 11.º A e 12.º A, que constituiu um vasto percurso
cultural e histórico que contemplou a passagem por diversos locais e edifícios
históricos, incluindo: a Estação do Rossio (romantismo); a Praça do Rossio (com
o Teatro D. Maria II, o Animatógrafo e o elevador de Santa Justa); a Baixa
Pombalina (projeto dos arquitetos Eugénio dos Santos e Carlos Mardel, após o
Terramoto de 1755); a Praça do Comércio, designada «Terreiro do Paço» antes do
terramoto, com a Estátua equestre de D. José I, de Machado de Castro); a Praça
do Município, ao lado do Museu do Dinheiro e da Padaria Inglesa (com fachada
Arte Nova); a subida da Calçada de São Francisco para conhecer a Faculdade de
Belas-Artes, onde apenas pudemos observar os alunos de escultura a trabalhar no
atelier, com as portas abertas para o exterior, envoltos numa nuvem de poeira.
A Calçada de
São Francisco deve o seu nome ao convento que ali existia, o primeiro convento
franciscano, chamado de «S. Francisco da Cidade», situado numa das colinas da
cidade e destruído pelo terramoto e dois incêndios. Depois de profundas obras
seria aqui instalada a Escola de Belas-Artes e o Museu de Arte Contemporânea do
Chiado, que partilham o espaço do antigo convento.
O percurso
passou depois pelo Largo de São Carlos, para ver o edifício Neoclássico e a
casa onde nasceu Fernando Pessoa, e pelo café «A Brasileira», inaugurado em
1905 e que desde logo apoiou a nova geração de artistas, apresentando a partir
anos 20, obras de Almada Negreiros, António Soares, Jorge Barradas, Bernardo
Marques, Stuart Carvalhais, José Pacheko e Eduardo Viana. Estas obras foram
entretanto vendidas, restauradas e encontram-se hoje em museus e coleções
privadas, tendo sido substituídas (em 1971) pelas obras que atualmente ali se
podem ver, pintadas por artistas selecionados pelo crítico e historiador de
arte José-Augusto França: Fernando Azevedo; Nikias Skanipakis; António Palolo;
Noronha da Costa; Eduardo Nery; Carlos Calvet, João Vieira; Joaquim Rodrigo;
João Hogan, Vespeira e Manuel Baptista.
Depois de
muito caminhar numa tarde de primavera, com temperaturas de pleno verão,
chegámos por fim a São Roque, onde tivemos uma visita guiada à primeira Igreja
Jesuíta e ao Museu de São Roque, com um espólio maneirista e barroco
riquíssimo. Aqui foi destacada a Capela de São João Batista e o seu Tesouro,
obra criada e importada de Itália, elaborada com materiais ricos (com pedras
semipreciosas), de acordo com a encomenda e o poder económico do rei D. João V.
Por fim
visitamos a «Oficina Marques», situada no Bairro Alto e que é simultaneamente
uma loja, estúdio/oficina e uma galeria de arte, onde fomos recebidos pelos
artistas Gezo Marques e José Aparício Gonçalves, que partilharam o seu mundo de
criatividade, fantasia e imaginação, o seu «gabinete de curiosidades».
Visitar o
atelier, foi uma importante partilha de histórias e inspiração. Os objetos,
criados a partir de objetos encontrados nas ruas, no lixo ou mercados de
segunda-mão e transformados em Arte, resultam do diálogo entre os artistas e a
matéria (madeira, cerâmica, móveis ou brinquedos), que depois de transformados
em luxo, viajam pelo mundo para decorar outros espaços e criar outras histórias.
As turmas foram acompanhadas pelas professoras e integrou-se nas seguintes disciplinas: Cristina Gaspar (de História da Cultura e das Artes), Maria José Simões (de Desenho A) e Fátima Inocêncio (de Filosofia).
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